Novinho da Paraíba

Novinho da Paraíba

 

É um cantor/sanfoneiro nascido na Zona rural de Monteiro na Paraíba, exatamente no sítio Riacho onde desde menino se alimentava de cuscuz, macaxeira, rapadura, xérem com leite, pão doce, batata doce, caldo de cana, bolacha praeira, carne de boi, de bode, galinha de capoeira, capão e frutas da região como manga espada/rosa, araçá, goiaba, banana, melancia, etc. Ainda hoje Novinho da Paraíba conserva esses costumes alimentícios. Sempre que pode, e onde estiver busca esses tipos de alimentação.

 

O Início de tudo

 

Novinho da Paraíba quando menino estudava no grupo escolar Rafael de Meneses, onde sua professora D. Lúcia percebia no garoto de apenas 5 anos o quanto era dedicado, capaz e inteligente. Seus pais o Senhor Antero da Silva e Dona Antonia Bezerra da Silva viviam super felizes com a capacidade de aprendizado do filho que quando chegava da escola, as vezes nem almoçava e corria alegremente para o terraço da pequena e aconchegante casa de taipa e pegava o harmônico, “sanfona de oito baixos” escondido dos pais. Sanfona esta que foi deixada por seu padrinho provisoriamente em sua casa numa tarde de chuva. Novinho pega a sanfona que não era sua e, escondidinho começa a dar as primeiras notas musicais.

 

No entanto, certo dia, o seu padrinho veio buscar a sanfona e o encontrou já tocando. A emoção foi tão grande, que o seu padrinho encantado e emocionado deu a sanfona de presente. Sempre que podia, ia também para a roça ajudar o pai a cultivar a terra que plantando garantia o sustento da família e ainda levava para a feira produtos os mais diversos colhidos nas terras da família.

 

Na feira

 

Quando estava na feira juntamente com seu pai, Novinho da Paraíba dava uma saída de mansinho e corria para junto das “barracas” improvisadas. Notadamente as de alimentos e bebidas onde o sarapatel, mão de vaca, guisado de bode e de boi, cachaça, vinho, conhaque de alcatrão, fígado de alemão, peixe frito especialmente piaba, traíra, cascudo e mussum de coco corria solto.

               

Mas o que Novinho da Paraíba queria mesmo era escutar o som da sanfona, da zabumba e do triangulo. Os famosos Trios Regionais Nordestinos, que na maioria das vezes dava ressonância em toda a feira. Dependendo da sanfona do sanfoneiro se o mesmo fosse famoso.

 

Naquela época, esses trios tocavam na feira sem nenhum tipo de sonorização ou iluminação. O cantor coitado cantava e às vezes tocava sanfona, zabumba ou triangulo e ainda cantava a seco, na tora. Sem microfone. Tomava uma “lapada”, comia um tira gosto e soltava o vozeirão. E tome Forró, Xote, Xaxado, Baião, Lamento sertanejo e Aboio. As mulheres dançarinas de forró iam aparecendo, começavam a tomar aperitivos, piscavam o olho, ficavam arrepiadas e pronto. Começam a “forrozar” com seus pares prediletos. A poeira subia, o suor chegava a “inhaca” também.

 

Forró danado de bom tem que ter cheiro de povo, de cachaça, de cabelos molhados de suor e poeira promovidos pelas chinelas e alpercatas dos dançarinos que entre um sucesso musical e outro fazem alegorias, passos novos e trejeitos. Onde o forrozeiro “muito bicado”, rodopia a forrozeira dando-lhe um cheiro no “cangote” suado. Ela começa a se tremer toda e vai ficando “zarolha” como se fosse desmaiar. Algumas forrozeiras mais ousadas e bicadas escondiam a vergonha e a timidez debaixo da saia e ficavam todas trêmulas, reviravam os olhos e no salão mesmo, sentiam o prazer de um “fungado” no cangote ou no pescoço. É sem dúvida, o gozo do prazer.

 

A profecia

 

Novinho da Paraíba atento aquilo tudo se empolgava e dizia para consigo mesmo “Um dia, num futuro bem próximo bem próximo, serei cantor de forró e sanfoneiro. Primeiramente com a força de Deus, dos meus pais, da minha família e dos meus amigos”.